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China vai acelerar a construção do mercado de carbono

Fonte: Diário do Povo Online    08.12.2015 09h26

PARIS , 8 de dezembro de 2015 (Diário do Povo Online)- A China vai reforçar a cooperação com a União Europeia (UE) sobre a construção do mercado de carbono com o objetivo de lançar o mercado de comércio de emissões de carbono em todo o país em 2017, disse Xie Zhenhua, representante especial da China sobre mudanças climáticas, às margens da COP21 no sábado.

Xie fez as declarações enquanto participava de um evento paralelo organizado pela União Europeia em conjunto com o Comissário da UE, Miguel Arias Canete.

Quanto ao mercado de comércio de emissões de carbono, a China tem aprendido muito com a UE, e, em larga medida, a construção do mercado de carbono da China veio das experiências e práticas da UE, observou Xie.

Lançado em 2005, o sistema de comércio de emissões da UE (EU ETS, em inglês) é a pedra angular da política da UE no combate às mudanças climáticas e seu principal instrumento para reduzir de forma rentável as emissões industriais de gases do efeito estufa. O EU ETS abrange mais de 11 mil usinas de energia e plantas industriais em 31 países, assim como as companhias aéreas.

A China iniciou em 2011 um projeto piloto de comércio de emissões de carbono em sete províncias ou cidades com diferentes níveis de desenvolvimento econômico, disse Xie. Desde a sua implementação, o projeto ajudou a reduzir tanto as emissões totais de carbono como a sua intensidade.

A China e a UE lançaram conjuntamente em março de 2014 um projeto de cooperação na construção das capacidades de comércio das emissões de carbono. Com o apoio de peritos da UE e das agências competentes, quase 20 programas de treinamento foram organizados, ajudando a melhorar as capacidades do corpo administrativo, grupo técnico e de outras partes interessadas na China, disse Xie.

Além disso, a China e a UE emitiram uma declaração conjunta em junho deste ano sobre mudanças climáticas para reforçar a cooperação no combate contra as mudanças climáticas no mundo. Nele, os dois lados concordaram em reforçar a cooperação existente sobre o mercado de carbono.

"Com a UE e a China comprometidas com o comércio de emissões, dois grandes players internacionais estão defendendo o mercado de carbono como um instrumento chave da política para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e colocar um preço no carbono", disse Canete.

"Este é um sinal forte e necessário dado às empresas e partes interessadas. Estou confiante de que isso vai encorajar outros a seguirem o nosso exemplo", acrescentou Canete.

Como o maior país em desenvolvimento do mundo, a China ainda tem enfrentado alguns desafios especiais no estabelecimento de um mercado de carbono em todo o país, mas ela está determinada em fazê-lo, e está disposta a cooperar com a UE sobre isso, disse Xie.

Edição: Rafael Lima

(Editor:Renato Lu,editor)

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