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Empresas de tecnologia de olhos postos na China

Fonte: Diário do Povo Online    07.12.2015 10h01

Empresas de tecnologia chinesas e sul-africanas buscam oportunidades de crescimento, acompanhando a tendência de reforço dos laços de cooperação, que se traduziram num pacote de financiamento de 60 biliões de dólares.

“O mercado de telecomunicações em África está entre aqueles que registam maior crescimento no mundo”, disse Huang Dabin, Vice-presidente da ZTE Corporation, uma das líderes de mercado de equipamentos de telecomunicações e soluções de redes na China.

Após trabalhar em África por cerca de 20 anos, a ZTE tem produtos e serviços que cobrem 48 países Africanos, diz Huang.

A ZTE está entre as 60 empresas chinesas e sul-africanas a exibirem os seus produtos-chave numa exposição de equipamentos, à margem do Fórum de Cooperação China-Africa.

Esta terá sido a primeira vez que empresas de tecnologia de grande envergadura chinesas exibiram os seus produtos comerciais em conjunto num evento realizado em África.

Pela ocasião do evento que reúne líderes políticos e do mundo de negócios africanos e chineses, o Presidente Xi Jinping desvendou uma iniciativa de 10 alíneas que contempla biliões de dólares de financiamento, focando-se essencialmente na industrialização africana.

“Os nossos negócios em África estão agora em alta”, disse Amy Pang, diretora de investigação em gestão da StarTimes, uma empresa de serviços televisivos.

A StarTimes iniciou a sua atividade em solo africano em 2007. De momento, tem 7 milhões de subscritores espalhados por 16 países africanos.

Os negócios prosperam com a transição da TV para o digital em África, diz Pang.

Como uma das poucas firmas chinesas a operar no mercado de entretenimento de África, a StarTimes tem vantagens claras em aproveitar as medidas aplicadas pelo governo chinês destinadas ao continente do hemisfério sul.

Uma das alíneas da proposta do Presidente Xi é a oferta de assistência para levar o sinal televisivo via satélite às casas de 10,000 aldeias africanas.

Além do entretenimento e telecomunicações, as firmas chinesas procuram também explorar o potencial da indústria de aviação e de energia nuclear.

“Este é um modelo de terceira geração de usinas de energia nuclear chinesas”, diz Li Jianwei, um oficial da Companhia Estatal de Tecnologia de Energia Nuclear (SNPTC em Inglês), explicando a teoria operacional do CAP1400.

A China procura construir uma usina nuclear na África do Sul, tendo para isso sido assinado um acordo no Fórum, visando a formação de técnicos sul-africanos nesse âmbito.

A SNPTC encontra-se a cooperar com 15 países africanos no setor energético.

No stand da COMAC, um leque de modelos de jatos demonstram o progresso feito pela China na indústria de aviação.

A entrada da COMAC no mercado de aviação africano deu-se em novembro de 2014, com a venda de três jatos ARJ21-700 ao ministério de transportes da República do Congo.

A empresa afirma que tem planos para inaugurar centros de apoio ao cliente em África, e estabelecer uma rede de serviços.

As relações negociais são bifurcadas. Para as mais de 30 empresas sul-africanas no evento, o potencial do mercado chinês é também muito atrativo.

Peter How, fundador da PJ Aviation há mais de 20 anos, diz estar à procura de um agente na China para promover o seu produto principal: um transcetor portátil usado para a comunicação na indústria de aviação.

Empresas chinesas como a ZTE e a Huawei, baseiam a sua expansão na contratação de talentos locais. “A nossa equipa na Etiópia tem mais de 600 colaboradores, mais de metade são etiópios”, diz Huang. “A contratação de talentos locais é um dos fatores decisivos para uma empresa criar raízes em território estrangeiro”.

Edição: Mauro Marques

(Editor:Renato Lu,editor)

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