“Turismo de fertilidade” na moda nos EUA

De acordo com o jornal americano Sing Tao Daily, todos os anos, milhares de mulheres grávidas de estrato social elevado, das quais as de nacionalidade chinesa são as mais numerosas, se dirigem aos EUA com vistos de turismo com a finalidade de dar à luz em solo americano. Ao fazê-lo, conseguem cidadania americana para os seus recém-nascidos.

Este fenómeno gerou um boom numa nova variante turística apelidada de “turismo de fertilidade”. A localização predileta para esta atividade parece ser Los Angeles. Durante o período em que permanecem nos EUA, as mães geralmente fazem elevados gastos em serviços hospitalares, compras de produtos de classe alta, e acomodação de luxo.

Karthick Ramakrishnan, professor da Universidade do Sul da Califórnia, estima que estes “turistas” dispendam anualmente uma quantia de 1 bilião de dólares. Este valor não engloba despesas não essenciais, como compras ou refeições supérfluas.

Segundo o Wall Street Journal, o Centro para o Estudo de Imigração, que se opõe veementemente a este fenómeno, estima que todos os anos cerca de 40,000 mulheres estrangeiras deem à luz em solo americano, sendo que a vasta maioria é proveniente da China.

O Departamento de Comércio norte-americano adianta que, no ano passado, mais de 2 milhões de turistas chineses visitaram o país, tendo gasto uma quantia de cerca de 24 biliões de dólares. Embora isto signifique que os gastos do “turismo de fertilidade” sejam irrisórios comparando com o total, é facilmente perceptível que a quantidade de dinheiro dispendido pelos turistas chineses no país é impressionante.

Tendo em conta que o período de tempo que as grávidas permanecem nos EUA ultrapassa as duas semanas, em média, os valores apresentados não devem ser menosprezados.

Embora não seja ainda possível catalogar de forma precisa as divisas geradas pelo turismo de fertilidade, é já possível concluir que este tipo de turismo tem um impacto económico palpável nas zonas onde a sua atividade é mais intensa.

Este fenómeno não tem, contudo, decorrido de forma fluida. Investigadores da Califórnia já efetuaram buscas a vários centros que recebem as mulheres grávidas para detetar irregularidades legais ou fuga a impostos. As autoridades estimam que os custos de dar à luz nos EUA oscilem entre os 40000 e os 80000 dólares, incluindo despesas hospitalares, acomodação, transporte e visto.

A lei americana contempla a possiblidade de dar à luz em solo americano e de conceder direitos de cidadania aos recém-nascidos, porém, é expressamente proibido conceder vistos de entrada no país para esse efeito.

Edição: Mauro Marques