CAIRO/MOSCOU, 1 de novembro (Diário do Povo Online)- O avião russo que caiu na península do Sinai no Egito se despedaçou no ar, disse um funcionário da agência de aviação russa depois de visitar o local do acidente. Entretanto, ele salientou que ainda é cedo demais para se tirar conclusões à partir dessa informação.
Autoridades russas também determinaram que a companhia aérea Kogalymavia, que operava o Airbus A321 que caiu no sábado matando todas as 224 pessoas a bordo, não coloque no ar os seus aviões do mesmo modelo que caiu até que as causas do acidente sejam conhecidas.
"A destruição aconteceu no ar, e os fragmentos do avião se espalharam por uma grande área de cerca de 20 quilômetros quadrados", disse Viktor Sorochenko, diretor do Comitê Intergovernamental de Aviação.
Analistas egípcios começaram a examinar o conteúdo das duas caixas pretas do avião, embora o processo, de acordo com uma fonte da aviação civil, possa demorar dias.
Cidadãos russos levaram flores ontem ao Aeroporto Pulkovo, em São Petersburgo, em memória aos seus compatriotas mortos no acidente. Eles ascenderam velas no formato “7K-9268”, o número do vôo que caiu.
As empresas aéreas dos Emirados Árabes, Qatar, Bahrein e Kuwait disseram que iriam alterar as rotas dos seus aviões sobre a região do Sinai como medida de segurança até que haja mais clareza sobre as causas do acidente.
Meses de Investigações
Um grupo militante filiado ao Estado Islâmico no Egito, disse em um comunicado que derrubou o avião "em resposta aos ataques aéreos russos que mataram centenas de muçulmanos na Síria", mas Sokolov disse à agência de notícias Interfax que a alegação "não pode ser considerada precisa".
O presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi disse que pode levar meses até que se conheça a verdade por trás do acidente e que seu país está cooperando com a Rússia nas investigações.
"Este é um assunto complicado, exige tecnologias avançadas e investigações amplas que podem levar meses", disse Abdel Fattah ontem em um discurso pela televisão.
Mortes
Ao menos 163 corpos já foram recuperados e transportados para vários hospitais, incluindo o necrotério Zeinhom no Cairo, segundo comunicado do governo.
Especialistas russos já haviam visitado o necrotério na noite de sábado e o embaixador russo no Cairo disse que os primeiros 130 corpos deveriam ser transportados para São Petersburgo na noite de ontem.
O Estado Islâmico, grupo ultra-radical que controla grande parte do Iraque e da Síria, convocou uma guerra santa contra a Rússia e os Estados Unidos em resposta aos ataques aéreos contra os seus combatentes na Síria.
Entretanto, não se acredita que militantes na área tenham mísseis capazes de atingir um avião a 30 mil pés de altitude.
No passado, páginas do Estado islâmico na internet reivindicaram a responsabilidade por outras ações que não foram confirmadas como sendo deles. Autoridades dizem que não há nenhuma evidência para sugerir que uma bomba tenha derrubado o avião.
Edição: Rafael Lima