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Chineses e japoneses mais positivos relativamente à relação entre os dois países

Fonte: Diário do Povo Online    23.10.2015 16h30

A hostilidade e o pessimismo entre chineses e japoneses está a decrescer, embora problemas históricos e questões territoriais continuem a ter um impacto negativo, segundo um estudo anual divulgado na quinta-feira.

No ano passado, 49,8% dos chineses acreditavam que o relacionamento dos dois países “iria piorar”, por seu turno, as estatísticas deste ano contabilizam apenas 41,1%.

De forma semelhante, no Japão, os indicadores registaram uma queda de 36,8% para 24,7%, de acordo com a 11ª votação co-organizada pela Administração Chinesa de Publicação em Línguas Estrangeiras, e a NGO japonesa Genron NPO.

Embalados por um boom de turismo chinês para solo nipónico no ano passado, 35,7% dos chineses inquiridos este ano disseram querer visitar o Japão, contrastando com os 29,6% do ano passado.

As estatísticas também revelam que a esmagadora maioria de ambas as partes acredita que “o intercâmbio ao nível público representa um importante passo para o melhoramento e desenvolvimento da relação entre os dois países”.

Após um acordo intergovernamental ter sido divulgado em novembro relativamente ao aprimoramento das relações, o Presidente Xi encontrou-se com o Primeiro-Ministro Abe por duas vezes, assim como oficiais de alta patente se envolveram em diálogos políticos em julho e outubro, para debaterem profundamente estas questões.

Yasushi Kudo, presidente da Genron NPO, aclamou a retomada das trocas.

“Não houve qualquer evento que implicasse questões sensíveis, cujo efeito pudesse inverter o rumo dos sentimentos do público durante o último ano”, disse Kudo.

“Podem constatar que um crescente número de chineses confessaram ‘ter amigos chineses’ ou ‘ter estado no Japão’, penso que isto também contribui fortemente para o melhoramento das impressões mútuas”, disse Kudo.

Contudo, as questões de disputas territoriais continuam a causar alguma fricção que se revela na opinião pública.

Quando inquiridos relativamete ao “maior obstáculo a obstruir o desenvolvimento dos laços bilaterais”, 66.4% dos chineses e 56% dos japoneses escolheram “disputas territoriais”, de acordo com o estudo.

Abe proferiu um discurso em nome do seu partido a 14 de agosto, aquando da efeméride do 70º aniversário do final da Segunda Guerra Mundial. Porém foi alvo da crítica por não ter pedido perdão de forma coerente pelas atrocidades cometidas pelo Japão durante o período da guerra, declarando apenas manter a posição dos governos antecessores.

Wang Gangyi, vice-presidente do China International Publishing Group, comentou que “este tipo de comportamento por parte dos oficiais japoneses ferem os sentimentos do povo chinês”.

“O povo chinês pode sentir-se desapontado pelas declarações do Primeiro-ministro Abe, assim como pode questionar-se relativamente à posição do governo japonês no caso da inscrição dos documentos do Massacre de Nanquim nos Registos da Memória do Mundo da UNESCO”, comentou Wang.

Tradução: Mauro Marques

(Editor:Renato Lu,editor)

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