Estandartes de promoção do combate ao tabagismo na fachada do Estádio Nacional de Pequim a 1 de junho de 2015.
De acordo com uma pesquisa publicada pela revista científica de medicina “The Lancet”, sem intervenção ou cessação, prevê-se que cerca de um em cada três jovens chineses do sexo masculino venha a perder a vida, fruto de doenças relacionadas com o consumo de tabaco, como cancro e problemas cardiovasculares.
De momento, cerca de dois terços dos jovens do sexo masculino fumam, sendo que a maioria começa a fazê-lo antes dos 20 anos. Os estudos apontam que metade deles venha a morrer como resultado do tabaco, se não desistirem da atividade entretanto. Investigadores da Universidade de Oxford, da Academia Chinesa de Ciências Médicas e do Centro Chinês para Controlo de Doenças conduziram os estudos, tendo definido como “jovens” todos aqueles que nasceram depois de 1970.
“A única forma de controlar esta onda de mortes é reduzindo o número de fumadores”, disse Li Liming, co-autora de um estudo da Academia Chinesa de Ciências Médicas. “Todos devem ter noção dos malefícios do tabaco e evitar tornarem-se fumadores”, aconselhou Li.
Como dado positivo, a investigação também concluiu que há um número crescente da população a desistir de fumar. Entre 1991 e 2006, de acordo com os últimos dados disponíveis, a percentagem de fumadores chineses que conseguiram desistir do hábito aumentou de 3 para 9 por cento.
A investigação, que envolveu dois estudos realizados ao longo de 15 anos e um número de 500,000 participantes, revelou que o número de mortes prematuras provenientes do tabaco, geralmente entre os homens, atingiu um milhão em 2010. A China é o maior consumidor mundial de tabaco.
O número deverá atingir os dois milhões em 2030 se a tendência se mantiver, adverte o relatório.
Zhi Xiuyi, diretor do Centro de Tratamento e Diagnóstico de Cancro do Pulmão da Universidade Capital de Medicina, refere que 90% dos casos de cancro do pulmão na China estão relacionados com o tabagismo, incluindo aquele que é praticado de forma passiva.
Estatísticas oficiais revelam que a China tem mais de 350 milhões de fumadores, e que a cada ano mais de 1.2 milhões de chineses perdem a vida devido a doenças relacionadas com o tabaco.
Contudo, “a população ainda carece do acesso a serviços e ferramentas que ajudem a cessar o vício de fumar”, disse Wu Yiqun, diretor geral do Centro de Desenvolvimento de Saúde, uma organização não governamental sediada em Pequim dedicada ao combate ao tabagismo.
Tradução: Mauro Marques