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Esquemas de fraude estragam as férias de vários turistas durante a “Golden Week”

Fonte: Diário do Povo Online    08.10.2015 09h49

PEQUIM,8 de outubro (Diário do Povo Online) - Vários escândalos envolvendo marisco a preços exorbitantes e bares suspeitos em locais turísticos incentivaram um movimento em prol dos direitos do consumidor durante a “Golden Week”. Vários membros da indústria de turismo intercederam pela causa dos consumidores, devido ao facto de que este tipo de problemas incentiva a fuga de turistas para o estrangeiro.

As férias do Dia Nacional, de 1 a 7 de outubro, são um dos picos turísticos anuais na China. De acordo com a Administração Nacional de Turismo da China, todos os destinos turísticos registaram aumentos significativos durante este período.

Contudo, nem todos eles ficaram satisfeitos com as suas viagens.

Um turista de Nanquim, de apelido Zhu, reclamou do facto de ter que pagar um valor desadequado por um jantar de marisco na cidade costeira de Qingdao.

De acordo com o Beijing Youth Daily, Zhu terá verificado o preço do respetivo prato de marisco com um dos empregados do restaurante antes de fazer a encomenda, de modo a evitar quaisquer armadilha. “O empregado assegurou que 38 yuans seria o preço de um prato de camarões.”

Contudo, quando a conta chegou, Zhu teve que pagar 1,520 yuans pelo referido prato, porque alegadamente o preço no cardápio referia-se ao preço individual de cada camarão servido.

Zhu acrescentou que o dono do restaurante ameaçou ainda agredir a sua família, caso se recusasse a pagar o valor na conta. As autoridades locais não terão ajudado, tendo incentivado Zhu a pagar o valor mencionado.

Contudo, o restaurante terá sido encerrado, assim como coimado em 90,000 yuans. De igual modo, um funcionário da administração de supervisão do mercado do distrito norte de Qingdao foi suspendido das suas funções.

Outro turista de Shenzhen foi também vítima de burla em Lijiang, na província de Yunnan. O turista, identificado como Peng, diz ter sido instigado a dispender 5,000 yuans num bar, quando procurava envolvimento romântico com duas estranhas.

Peng disse ter conhecido as duas mulheres no Wechat (aplicativo chinês semelhante ao Whatsapp), e que estas o terão levado até um bar e encomendado 6 garrafas de vinho. As duas terão desaparecido dentro de pouco tempo.

Este não terá sido um caso isolado.

De acordo com o The Paper, um portal de notícias online em Xangai, muitos bares em Lijiang contrataram mulheres para atrair turistas. Em julho, dois bares foram encerrados apõs inspeção.

Zhang Hui, uma turista veterana de Xangai, disse preferir viajar para fora do país devido aos serviços deficientes na China.

“Quando viajamos, temos de estar constantemente em alerta para armadilhas. Os taxistas geralmente tomam um caminho mais longo para cobrarem mais. Os guias turísticos tentam impingir a compra de souvenirs falsos para ganharem comissões. Isso é péssimo”, disse Zhang.

Wang Yanyong, diretor do Centro de Investigação e Planeamento de Turismo da Universidade Jiaotong de Pequim, alega que os escândalos se tornaram rotina durante todas as épocas altas de turismo.

“O período para as atrações turísticas rentabilizarem a sua atividade é muito limitado na China”, disse Wang. “Os turistas chineses ainda dependem das férias nacionais para viajar. Muitas instituições turísticas preparam-se para um número crescente de visitantes apenas nessa altura”.

“Contudo, isto não deve servir de desculpa para burlar os turistas. Agora os custos para viajar ao estrangeiro são muito baixos. Muitos turistas já experienciaram a boa qualidade dos serviços um pouco por todo o mundo, e não deverão tolerar serviços deficientes no seu país de origem”, finalizou Wang.

Tradução: Mauro Marques

(Editor:Renato Lu,editor)

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