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A China continua a ser um importante motor económico do mundo

Fonte: Diário do Povo Online    30.09.2015 09h57

PEQUIM, 30 de setembro (Diário do Povo Online) - Com os recentes tumultos nos mercados de ações, câmbio e de comodidades, muitas pessoas expressam o seu descontentamento, predizendo as várias consequências graves que o impacto destes acontecimentos terão no mundo.

Tomando o mercado de comodidades como exemplo, será que o disparar dos preços pode mesmo ser atribuido à China? Do ponto de vista superficial, é possível concluir que a metamorfose que está neste momento a ocorrer na economia chinesa possa ter uma maior influência nos países altamente dependentes dos recursos exportados pela China.

Contudo, na realidade, as importações chinesas de ferro estão limitadas. Entre janeiro e agosto do presente ano, a quantidade de ferro importado caiu 0.2%. A importação de crude, ao invés de descer, subiu uns consideráveis 9.8%, mantendo a tendência de crescimento dos últimos 3 anos.

As importações de sementes de soja também aumentaram em 9.9% durante janeiro e agosto, sendo neste momento o total das importações de cereais de 84.6%. Porém, a razão principal que explica estes números está ligada com a queda dos preços dos produtos importados. Se excluirmos o fator preço nas importações feitas entre janeiro e agosto, é possível concluir que, na realidade, as importações cairam em cerca de 4%.

A economia chinesa encontra-se numa situação de grande pressão. Excluindo o facto de se viver um período de restruturação e de abrandamento, há também uma quebra da procura por parte do exterior que não pode ser ignorada. Além disso, prevê-se que, com a subida das taxas de juro americanas, se registem grandes fugas de capital das economias emergentes, se registe a desvalorização das suas divisas e que o mercado financeiro experiencie instabilidade. 

Se de um modo geral é um dado adquirido que a economia chinesa entrou numa fase de 'nova normalidade', então a comunidade internacional deve reconhecer esta realidade a adaptar-se a ela. Não pode manter-se na esperança de que a China consiga manter eternamente os índices de crescimento que tem apresentado ao longo dos últimos anos. Acima de tudo, deve ter-se em conta a estabilidade do mercado de empregabilidade, a subida gradual e controlada dos preços de consumo e, acima de tudo, ao facto da China ser ainda uma das economias em mais rápido crescimento, ao mesmo tempo que mantém o estatuto de importante motor económico do globo.

A China permanece resoluta nos seus esforços para prosseguir com a abertura do país, reduzir os entraves para a entrada de capital estrangeiro, promover o bilateralismo, continuar com a dinamização das zonas de comércio livre, especialmente através da implementação da política “um cinturão e uma rota”. O país quer dar um novo passo em frente no grau de relacionamento com as restantes economias do mundo, de modo a que os frutos desta interatividade na economia mundial sejam cada vez mais proeminentes.

Deve também ser referido que, com o arrefecimento global do investimento direto no estrangeiro, em 2014, a China terá atingido o marco histórico de 123.120.000.000 dólares americanos investidos no estrangeiro (um aumento de 14,2% face ao ano anterior). Isto significa que a China atingiu pelo terceiro ano consecutivo o top 3 no ranking do investimento direto estrangeiro e entrou para o top 10 dos países com maiores reservas de investimento direto no estrangeiro.

O presente artigo foi adaptado da publicação “Como analisar a presente situação económica da China” (incluída na edição do Diário do Povo de 24 de setembro) e “O terceiro lugar da China no ranking de investimento direto estrangeiro em 2014” (Diário do Povo, 18 de setembro)

Tradução: Mauro Marques 

(Editor:Chen Ying,editor)

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