O presidente Chinês Xi Jinping cumprimenta Vladimir Putin em Pequim a 3 de setembro de 2015
PEQUIM, 4 de setembro (Diário do Povo Online) - A China e a Rússia assinaram cerca de 30 documentos de cooperação, incluindo vários documentos na área energética, aproveitando a visita do presidente Putin à capital chinesa para assistir às comemorações do dia da vitória.
Xi, que também se encontrou com o presidente das Nações Unidas, Ban Ki-moon, reafirmou o compromisso da China para com a paz.
Entre os acordos, destaca-se o pacto entre a segunda maior produtora de gás russa, a Novatek e a China’s Silk Road Fund para a obtenção por parte da última de 9.9% dos direitos da empresa russa no seu projeto de gás natural liquidificado “Yamal”, disse a empresa num comunicado.
Este é um acordo cujas negociações tiveram início em agosto e que involve um valor de 1.4 biliões de dólares.-
O projeto Yamal é o primeiro projeto da China’s Silk Road Fund na Rússia. A Novatek detém 60% das ações, enquanto que a empresa francesa TOTAL e a chinesa China National Petroleum Corp (CNPC) estão na posse de 20% das ações.
A principal produtora de gás russa, a Gazprom, assinou um memorando de entendimento com CNPC para abastecer o nordeste chinês a partir do extremo oriente russo, terá dito Alexey Miller, vice-presidente da Gazprom.
A gigante petrolífera da Rússia, Rosnet, assinou um acordo onde está prevista a obtenção de 30% da ChemChina, assim como terá firmado um documento para a exploração conjunta dos poços de petróleo Russkoye e Yurubcheno Tokhomskoye na Rússia.
A Sinopec também assinou um acordo estratégico de investimento para a obtenção de ações do grupo petroquímico russo Sibur.
O projeto de abastecimento de gás no nordeste da China tem data prevista de conclusão algures em 2018. Estes acordos irão tornar a China no maior consumidor de gás natural russo.
Os dois países têm vindo a acelerar os esforços de cooperação. A China tem uma economia em rápido crescimento e precisa de um abastecimento energético vasto. Por seu lado, a Rússia, com excedente de recursos energéticos, enfrenta vários desafios económicos, existindo por isso benifícios para ambas as partes.
Zhang Gaoli, vice primeiro ministro chinês, já tem a atenção direcionada para o futuro, tendo referido a importância dos dois países em assegurar a conclusão do projeto a ser desenvolvido no nordeste da China para que seja possível avançar com o projeto pendente para abastecer a zona ocidental do país.
Especialistas industriais acreditam que ambos os países podem aumentar a cooperação nos setores das energias renováveis, onde o know-how das empresas chinesas é bastante avançado.