MANILA, 5 de junho (Diário do Povo Online) - As recentes declarações do presidente das Filipinas, Benigno Aquino III, sobre as disputas no Mar do Sul da China não só geraram uma profunda insatisfação entre os chineses, mas também provocaram críticas internas, os meios de comunicação locais o advertiram para não brincar com fogo sobre essas questões.
Em seu editorial de ontem (4), o "Manila Times", um jornal de grande circulação nas Filipinas, disse que ao anunciar a inclusão da questão de territórios disputados na agenda da sua visita de Estado ao Japão, Aquino novamente provoca um rebuliço, acrescentando que "a agitação aparente parece desnecessária e não está claro o que é esperado para servir o interesse nacional".
Em um discurso proferido na quarta-feira durante sua visita ao Japão, Aquino comparou a China com a Alemanha nazista na questão das disputas territoriais no Mar da China do Sul e pediu a intervenção dos EUA para parar o poder crescente da China.
"A estratégia do governo Aquino para disputas territoriais, na verdade, piorou a situação para as Filipinas", afirmou o editorial.
"As Filipinas esperam uma guerra quente entre a China e os Estados Unidos sobre os territórios em disputa? Esperemos que não, porque quando os gigantes colidem, os jogadores menores, como as Filipinas, se arriscam a ser esmagados. Mais formalmente, a instabilidade na Ásia-Pacífico ameaça o desenvolvimento econômico em toda a região, incluindo as Filipinas ", acrescentou.
Referindo-se às relações entre as Filipinas e a China, o editorial salientou que a questão dos territórios em disputa não deve definir as relações bilaterais. "Nós também acreditamos que temos mais a ganhar por fazer amizade com a China que a antagonizar e contribuir para a escalada das tensões entre a China e os Estados Unidos", disse.
O "Manila Times" disse que espera uma solução pacífica para o conflito através da diplomacia. "Mas para alcançar uma solução pacífica e mutuamente benéfica, primeiro, o presidente Aquino deve aprender o provérbio que diz que pegar mais moscas com mel do que com vinagre".
Por sua parte, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, rejeitou na quarta-feira as declarações de Aquino sobre disputas no Mar da China Meridional.
Hua advertiu as Filipinas que abandone suas ilusões, pare de tais provocações e volte para o caminho da negociação e consulta.