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Visita do premiê chinês traz novas oportunidades ao Brasil

Fonte: Diário do Povo Online    20.05.2015 13h50

Por Stephan Mothe

Na última década, as relações entre a China e a América Latina têm sido estreitadas graças ao reforço do comércio bilateral, investimentos e intercâmbios culturais, e, ao mesmo tempo, as visitas de Estado e cúpulas estratégicas também desempenharam um papel cada vez mais importante, o que foi refletido especialmente nas relações sino-brasileiras.

O Brasil, maior parceiro comercial da China na América Latina, recebeu no ano passado o presidente chinês, Xi Jinping, durante a Cúpula do BRICS, e nesta vez, o premiê Li Keqiang.

O premiê Li visita o Brasil em um momento quando o país latino-americano está enfrentando problemas ambiental e econômico. Na temporada de que o Brasil deveria se encontrar na estação chuvosa, o sudoeste do Brasil sofre a seca que causou a redução da geração hidráulico de energia. A prefeitura de São Paulo tem que tomar medidas para limitar o fornecimento de água. Por outro lado, a produção industrial diminuiu por 13 meses consecutivos. Foi o pior desempenho do país desde a crise financeira global que começou em 2008.

Felizmente, o Brasil encontrou a China, um parceiro confiável. O comércio bilateral entre os dois países atingiu 83,3 bilhões de dólares em 2013, e reduziu um pouco para 77,9 bilhões em 2014. No entanto, isso não foi resultado da redução do volume de negócios, mas influenciado pela queda de preços dos commodities internacionais e desvalorização da moeda brasileira. Muitos indícios mostram que com preços e moeda estáveis, o Brasil vai continuar ganhando benefícios do comércio bilateral com a China.

O argumento de que o abrandamento econômico da China prejudica o Brasil é provavelmente exagerado. Embora o comércio bilateral focalize soja, ferro, petróleo, entre outro, a China está acelerando sua urbanização e transformando na economia de consumo, o que vão trazer boas oportunidades para o Brasil e diversificar sua exportação.

O Brasil tem uma grande competitividade na economia agrícola e já foi beneficiado com isso. Em 2014, a exportação de algodão e couro do Brasil à China registrou o crescimento mais rápido. Em 2015, a exportação de carne de aves, carne bovina, até carne suína pode ser fortalecida.

Entre os dias 4 e 8 de maio, com liderança da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX), os representantes de mais de 30 empresas agrícolas e empresas de alimentos e bebidas brasileira participaram das feiras realizadas em Guangzhou e Shanghai. A visita do premiê Li também trouxe uma comitiva de 150 empresários ao Brasil.

Além do comércio, o investimento também é um dos temas importantes. Na visita do premiê Li ao Brasil, os dois países vão assinar vários acordos de investimentos focalizados na construção de infraestruturas de transporte, energia e comunicação. O povo e as empresas brasileiras serão maiores beneficiários desses investimentos. O Brasil tem necessidade urgente para reforçar a construção de infraestruturas, enquanto as empresas chinesas têm vantagens na construção de ferrovias, barragens e linhas de transmissão de energia elétrica.

Durante a visita do premiê Li, os dois países vão assinar o documento de cooperação da pesquisa de viabilidade da Ferrovia Transoceânica, que atravessará o Brasil e o Peru para ligar os Oceanos Atlântico e Pacífico. Essa ferrovia pode quebrar o monopólio da logística internacional do Canal do Panamá, controlado pelos Estados Unidos, e tem significado importante para o desenvolvimento econômico dos países latino-americanos.

*Stephan Mothe: analista do Euromonitor Internacional, sediado no Rio de Janeiro.

(Editor:Alexandra Chen,editor)

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