RIO DE JANEIRO, 12 de maio (Diário do Povo Online) - O interesse brasileiro pelo mandarim está em crescimento, mas necessita de um maior esforço para aumentar a cooperação entre o Brasil e a China.
De acordo com a diretora do Instituto Confúcio no Rio de Janeiro, Qiao Jianzhen, o interesse por aprender o mandarim se torna uma tendência no Brasil, e nos últimos anos abriram novos centros no país sul-americano.
O Brasil tem atualmente oito Institutos Confúcio, e planeja abrir mais dois no ano que vem. No entanto, de acordo com Qiao, ainda há muito trabalho a fazer para que o mandarim seja uma escolha mais popular quando tomar a decisão de estudar uma língua estrangeira entre os brasileiros.
"A língua é uma barreira no intercâmbio comercial entre o Brasil e a China. Na China, é fácil, porque existem cursos de português em 25 universidades, mas, no Brasil, não há nenhum curso universitário de mandarim", indicou Qiao.
A falta de cursos provoca dificuldades para as empresas chinesas encontrarem tradutores familiarizados com a cultura brasileira, o que facilitaria mais negócios.
O principal aspecto cultural que atrai brasileiros a estudarem o mandarim é o Kung Fu. Praticantes de artes marciais percebem que o conhecimento de mandarim seria uma grande ajuda, assim que começar a estudar a língua.
"Eu sei que vários brasileiros falam chinês muito bem, mas seu interesse vem de Kung Fu. Eles começaram a praticar Kung Fu e percebem que o conhecimento da língua é muito importante", disse Qiao, acrescentando que o interesse pelas artes e música chinesas também aumentou.
As iniciativas do governo ajudariam muito, mas raras. No ano passado, o Brasil e a China assinaram um acordo para aumentar os intercâmbios acadêmicos através de bolsas, mas de acordo com Qiao, a iniciativa não foi implementada.
Para procurar um maior intercâmbio cultural, o Brasil deve trabalhar mais, e mais organizado, para promover o país na China, disse Qiao, porque os chineses ainda não conhecem muito sobre o Brasil, além do Carnaval e seu futebol.
"O Brasil não tem um programa sistemático para promover a língua portuguesa e da cultura brasileira no mundo, o que é uma pena", lamentou Qiao. "Na Ásia, os falantes do português estão acostumados a fazer com sotaque de Portugal, porque o Governo de Portugal está sempre tentando promover a sua língua", acrescentou.