Por Fu Yuanyuan
A 5ª Conferência Internacional sobre o “Diálogo de Parceiros de Pesquisa Leste Asiático–América Latina” foi realizada na terça-feira (9) em Beijing.
Centrado no tema “ Construindo uma Parceria Leste Asiático–América Latina Aberta, Inovadora, Inclusiva e de Enriquecimento Mútuo”, o evento contou com a participação de mais de uma centena de participantes da Ásia Oriental e da América Latina, incluindo autoridades governamentais, especialistas, acadêmicos e jovens estudantes, de forma presencial e virtual.
Em conjunto, foram discutidos os caminhos de cooperação e as perspectivas futuras entre as duas regiões nos âmbitos da coordenação de políticas, cooperação econômica e intercâmbios culturais, oferecendo ativamente propostas para promover o desenvolvimento de alta qualidade da cooperação bilateral.
Durante a conferência, a Secretária-Geral da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO), Rebecca Forattini Lemos Igreja, concedeu uma entrevista ao Diário do Povo Online.
Secretária-Geral da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais, Rebecca Forattini Lemos Igreja. Foto: Fu Yuanyuan
Ela afirmou que, apesar dos desafios enfrentados atualmente no cenário da nova geopolítica, a defesa do multilateralismo se mantém essencial e que, muitas vezes, os problemas podem abrir espaço para reconstruir ou estabelecer novas relações. “É um momento delicado, mas também muito propício para renovar as relações da América Latina com o mundo asiático,” destacou Lemos.
Ela enfatizou que o momento atual representa uma oportunidade crucial para estabelecer um diálogo direto entre a América Latina e o Leste Asiático. “Precisamos ter a coragem de exercer a criatividade, não apenas para superar os antigos paradigmas, mas também para propor novas categorias de análise e novos indicadores que nos permitam repensar como definimos o desenvolvimento e elaboramos nossas propostas”, afirmou.
Lemos indicou que a China alcançou conquistas significativas na resolução de desafios internos, especialmente no combate à pobreza, abrindo uma trajetória de desenvolvimento totalmente distinta daquela que é proposta pelo mundo ocidental, especialmente pelas instituições neoliberais.
Ela ressaltou que o diálogo direto entre as duas regiões permite aprofundar as trocas e gerar soluções adaptadas às especificidades locais. “É essa comunicação que pode enriquecer significativamente o contato e inspirar a adaptação das nossas experiências às nossas realidades locais”, acrescentou.
O evento foi coorganizado pelo Instituto de Estudos Latino-Americanos da Academia Chinesa de Ciências Sociais, pela Universidade da Academia Chinesa de Ciências Sociais e pelo Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Ciência e Tecnologia do Sudoeste.
Os participantes realizaram intercâmbios e apresentações em torno de três grandes temas: “Coordenação de Políticas: Implementando um multilateralismo aberto e inclusivo”, “Cooperação Econômica: Explorando um desenvolvimento compartilhado, verde, inovador e sustentável” e “Intercâmbio Cultural: Fortalecendo a aprendizagem mútua a partir das experiências de modernização de cada um”.