*José Medeiros da Silva
A 14ª Assembleia Popular Nacional (APN), a legislatura nacional da China, abriu sua terceira sessão na manhã da quarta-feira no Grande Palácio do Povo em Beijing.（Xinhua）
Aprofundar o desenvolvimento das novas forças produtivas de qualidade, oxigenar a economia e beneficiar a vida do povo, são, a meu ver, os principais destaques do relatório de trabalho do governo da China, apresentado no dia 5 de março pelo primeiro-ministro da China, Li Qiang, na abertura da 3ª sessão da 14ª Assembleia Popular Nacional (APN), o evento político mais importante do país.
No campo econômico, neste ano da serpente, 2025, o PIB deverá ter um crescimento semelhante ao do ano passado, isto é, 5%. E assim como em 2024, o governo espera criar este ano mais de 12 milhões de empregos urbanos. Além de assegurar a estabilidade econômica e social internas, esses indicadores também sinalizam que a China continuará a contribuir de forma determinante para a estabilidade da economia mundial. Aliás, como bem lembra o referido relatório, as contribuições da China em 2024 para o crescimento econômico global foram em torno de 30%.
É bom recordarmos que 2025 será o último ano do 14º Plano Quinquenal, iniciado em 2021, ano do centenário de fundação do Partido Comunista da China. Entre as prioridades do referido plano, destacam-se a “construção de uma China digital”, o crescimento de alta qualidade e o alcance de um novo padrão de desenvolvimento, em cujas bases estão a inovação tecnológica, o compartilhamento de benefícios e a sustentabilidade econômica, ecológica e social. Nesse sentido, as metas econômicas e sociais para 2025, apresentadas no relatório de trabalho do governo, visam, por um lado, fechar com chave de ouro os objetivos mais gerais delineados em 2021 pelo 14º Plano Quinquenal e, ao mesmo tempo, em sintonia com a realidade interna e externa, preparar o terreno para a elaboração do 15º Plano Quinquenal, fazendo assim com que a China avance de forma firme e segura rumo à grande meta de modernização socialista e revitalização da nação.
Além do estabelecimento de metas objetivas e realizáveis, os planos quinquenais e os relatórios de trabalho apresentados anualmente pela China demonstram a capacidade do governo não apenas de visualizar o futuro e planejar, mas também em executar. Isso pressupõe um domínio científico extraordinário da realidade econômica e social, assim como uma sintonia com as demandas do povo para uma vida cada vez melhor. Essa capacidade, além de tornar o horizonte do desenvolvimento econômico e social mais previsível, aumenta a confiança no país e nos seus governantes. Aliás, em um mundo tão imprevisível, essas contribuições da China não deixam de ser um grande alento.
*O autor é professor e diretor do Centro de Estudos de Brasil da Universidade de Estudos Internacionais de Zhejiang
