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Primeiro-ministro de Cabo Verde: China é um grande parceiro de Cabo Verde

Fonte: Diário do Povo Online    19.09.2024 08h21

Por Fu Yuanyuan e Yan Yu

“Nós já temos tido com a China uma colaboração, uma parceria muito forte”, disse o primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, durante a Cúpula 2024 do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC).

Segundo o premiê cabo-verdiano, nos 48 anos desde o estabelecimento das relações diplomáticas entre Cabo Verde e a China, os dois países têm tido um percurso de muita amizade, muita cooperação e confiança mútua, realizando uma cooperação frutífera em áreas como infraestrutura, saúde e economia azul, e continuarão a avançar neste caminho e a levar a sua parceria estratégica a novos patamares.

Ulisses Correia e Silva indicou que os dois lados alcançaram cooperação em vários projetos importantes, incluindo a criação da Zona Económica Especial da Economia Marítima de São Vicente, o projeto Cidade Segura, e o projeto de Habitações Sociais em São Vicente, que estão a desenvolver-se bem em Cabo Verde.

Silva afirmou que o planeamento estratégico da Zona Económica Especial da Economia Marítima de São Vicente, com o foco na economia azul, foi elaborado com apoio da China. Já o projeto Cidade Segura, que integra sistema de vídeo vigilância e centro de comando na Praia, São Vicente e Boa Vista, visa melhorar a eficiência na gestão da segurança urbana.

Em Agosto, a China e Cabo Verde assinaram dois acordos, referentes à realização da Fase III da Assistência Técnica ao Palácio Presidencial e ao Estádio Nacional, e ao estudo de viabilidade do Projeto de Reabilitação das Três Escolas. “Nós desenvolvemos muito a nossa capacidade competitiva no futebol, o Tomarão de Azuis é muito conhecido. Isto é graças a infraestruturas, não só a talentos. O Estádio Nacional é uma referência da nossa boa cooperação,” salientou o premiê cabo-verdiano.

“Nós temos em Cabo Verde mais de 3 mil empresários chineses a trabalhar em diversos setores, como construção civil, ao nível do digital (a Huawei), e ao nível do comércio, contribuindo positivamente para a economia de Cabo Verde,” disse ele.

Silva esteve no FOCAC em 2018. Falando sobre as expectativas para a cúpula deste ano, ele espera que esta possa ir mais além da paz e segurança, o progresso e a criação de condições para o arranque do desenvolvimento de África, “A China é uma boa referência relativamente àquilo que é o ponto de partida, àquilo que nós queremos para o nosso continente africano e também àquilo que nós queremos para a Cabo Verde.”

Silva já visitou a China por 7 vezes e esteve em Shanghai, Jinan, Hong Kong, Macau e várias outras cidades, ficando impressionado com o desenvolvimento da China ao nível das infraestruturas, do desenvolvimento agrícola e da inovação tecnológica.

Silva disse que também o impressionou o avanço significativo a nível da eliminação da pobreza em um prazo curto na China. “A chave do sucesso da China é o capital humano. A educação, a ciência, o conhecimento, a inovação, a capacidade transformadora que a China introduziu através de recursos humanos de referência. Todas as suas empresas produzem para o mercado chinês, mas produzem também para o mundo, e têm um nível de competitividade muito alto. Esta é a parte que para nós serve como uma referência, porque, cada vez mais, o nosso principal capital também é o humano,” citou ele.

Em termos de industrialização, modernização agrícola e transformação digital, Silva acha que as experiências da China podem ser partilhadas. “A nós interessa-nos particularmente a saber como conseguir ter uma agricultura produtiva e eficiente com pouca terra e pouca chuva. E a China tem experiências também em áreas quase desérticas, onde conseguiu produzir e fazer nascer uma agricultura,” referiu Silva.

Cabo Verde está a apostar fortemente na economia digital e tem boas parcerias com as empresas chinesas: “Queremos transformar Cabo Verde num país digital que possa produzir e exportar tudo aquilo que são tecnologias de informação e comunicação para o resto da África e para o resto do mundo,” mencionou ele.

Silva disse que quer atrair mais empresas chinesas para a Cabo Verde, nomeadamente nos setores tecnológico, digital e de infraestruturas, dando também as boas-vindas aos turistas chineses. “Nós somos um país que aposta muito no turismo e em fazer com que os chineses, para além daqueles que já estão lá, consigam descobrir Cabo Verde, e que o possam descobrir em férias.”

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