Wellington Dias, Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil. Foto: Zhang Rong, Diário do Povo Online
No dia 4 de junho, tiveram lugar em Beijing o 2º Fórum e Diálogos Intersetoriais Brasil-China de Luta contra a Pobreza e pela Revitalização Rural.
Após o evento, o ministro brasileiro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, concedeu uma entrevista ao Diário do Povo Online.
Dias referiu que as grandes conquistas da China na erradicação abrangente da pobreza absoluta não são se tratam apenas um feito na história chinesa, mas também de um marco na história da redução da pobreza mundial.
O Brasil, segundo o ministro, deve se inspirar na experiência bem-sucedida da China na redução da pobreza. "Parabenizo a liderança e determinação do presidente da República Popular da China, Xi Jinping, que liderou e garantiu ao seu povo não apenas a segurança alimentar e nutricional, mas também a ultrapassagem da linha da pobreza, levando milhões de famílias para a classe média", afirma.
“O presidente Lula, no ano de 2003, lançou o Programa Fome Zero. O estado do Piauí, naquela época o estado mais pobre do nosso país, passou em 20 anos de um índice de desenvolvimento humano de 0,4 para 0,71. Também comemoramos o ano de 2014 quando a FAO anunciou o Brasil fora do mapa da fome no mundo (...) É com tristeza que afirmo que em 2021, quando a China alcançou esse extraordinário resultado, o Brasil voltou ao Mapa da Fome, segundo a divulgação da FAO naquele ano...”.
O ministro brasileiro afirmou que atualmente o ambiente internacional e doméstico sofreu profundas alterações. Deste modo, a cooperação e os intercâmbios internacionais, especialmente a cooperação com a China, são particularmente críticos. O Brasil revela sua disponibilidade para discutir de modo aprofundado com a China questões como a redução da pobreza e a revitalização rural no âmbito de mecanismos multilaterais, de modo a alcançar conquistas mais significativas no desenvolvimento de ambos os países.
Como presidente rotativo do G20 deste ano, o Brasil divulgou em maio um importante plano para criar uma aliança global contra a fome e a pobreza.
Dias disse: " A Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, pretende assegurar a convergência de esforços, recursos e conhecimentos, para garantir que alcançamos as metas 1 e 2 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU”.
O desenvolvimento da agricultura é crucial para a redução da pobreza. Dias destacou que o futuro da cooperação Brasil-China será impulsionado pela Agricultura 5.0, pela tecnologia 5G e pela economia digital. “Esse é um dos nossos focos aqui durante a Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN), onde podemos criar um grupo de trabalho sobre desenvolvimento social e rural, no âmbito da subcomissão de agricultura, para tratar desses temas”.
O ministro disse, por fim, que este ano é um momento importante para o 50º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre o Brasil e a China. Isso não somente simboliza a profunda parceria entre os dois países, mas a manutenção da estreita cooperação bilateral baseada nos interesses dos dois povos e em benefício da comunidade internacional.
