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Relações diplomáticas entre Brasil e China tem muito potencial acumulado, diz Peneluppi

Fonte: Diário do Povo Online    28.12.2023 09h58

Por Beatriz Cunha e Lu Yang

O ano de 2023 foi um ano rico em atividades na China. O brasileiro Renato Peneluppi, doutor em administração pública pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Huanzhong de Wuhan (HUST, na sigla em inglês), enumerou com exclusividade ao Diário do Povo Online alguns aspectos nos quais Brasil e China estão bem sintonizados.

Ele, que sempre teve interesse em questões voltadas para energia limpa e renovável, participou da elaboração de um documentário sobre energias renováveis e os esforços do governo chinês para reduzir as emissões de carbono, que será lançado no início de 2024.

A agenda de Peneluppi este ano foi composta por momentos importantes, sendo a posse de Dilma Roussef como presidente do Novo Banco de Desenvolvimento e a visita do presidente brasileiro Lula à China os mais icônicos no que tange ao estreitamento das relações Brasil-China.

O brasileiro disse que, embora tenha vivido essas e outras lindas memórias na China em 2023, para ele, um momento extremamente marcante foi quando, a caminho do Brasil para o Natal, esqueceu sua mochila com todos os seus documentos na estação ferroviária de Wuhan.

A equipe da estação conseguiu não apenas localizá-la, mas enviá-la para Beijing a tempo para que embarcasse ao Brasil, lembrou ele, acrescentando que o evento foi seu milagre natalino, possível graças à impresssionante organização e segurança da China.

Peneluppi, que adora o Ano Novo Chinês e a forma como os chineses mantém a tradição regressando para suas famílias e desfrutando do feriado, afirmou que sempre ficou impressionado e atraído por esse fluxo migratório massivo. Além disso, ele acha admirável como a China consegue manter seu progresso sem perder sua cultura.

Quando perguntado sobre suas expectativas para 2024, Renato mencionou a celebração dos 50 anos de relações diplomáticas entre Brasil e China e expressou o desejo de que a ocasião possa “aproximar esses dois países e estabelecer bases para que o Sul global se torne mais ativo na eliminação da pobreza, no combate ao aquecimento global e na construção da prosperidade comum no progresso da civilização global”.

Ele vê a celebração dos 50 anos de relações diplomáticas entre Brasil e China como uma oportunidade para avaliar tudo o que foi conquistado até aqui e todo o potencial acumulado.

É possível, de forma incisiva, “atacar problemas globais e estabelecer uma nova ordem global com uma cultura de paz mais equilibrada, justa e sustentável”, observou ele, acrescentando que é viável abrir caminhos ao diálogo, superar a crise global em curso e tirar a humanidade deste cenário de conflito e guerra.

“Há muitas expectativas de que encontraremos uma forma de estabelecer uma paz permanente e duradoura para os muitos conflitos globais, incluindo em Gaza, na Ucrânia”, disse Renato.

Peneluppi enfatizou que o ano de 2023 deixou muitas marcas positivas para ele, mas destacou o fim da pandemia e a visita do presidente do Brasil, Lula, à China como as mais significativas. Segundo ele, a visita do presidente Lula melhorou as relações entre o Brasil e a China, que se preparam para celebrar 50 anos de relações diplomáticas em maio de 2024.

Peneluppi espera que ambos os países, através dos BRICS e do G20, possam ser agentes promotores da paz entre as nações, a humanidade e a natureza, construindo caminhos de desenvolvimento sustentável capaz de superar a pobreza e o aquecimento global e permitindo a emancipação dos demais países do sul global.

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