O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, inaugurou na semana passada o centro cultural Moçambique-China, que foi doado pelo governo chinês como parte da cooperação bilateral no setor cultural.
O espaço, cuja construção teve início em 2018, está situado no campus principal da Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, capital de Moçambique. O complexo ocupa uma área de 20.000 metros quadrados, compreendendo um auditório com capacidade para 1.500 pessoas e várias salas destinadas a teatro, espetáculos musicais, estúdios, ensaios de música e dança, exposições de artes e artesanato, além de eventos corporativos.
Discursando na cerimônia de inauguração, Nyusi afirmou que o centro servirá como plataforma para a promoção das artes e da cultura, ao mesmo tempo que fortalecerá a parceria cultural entre Moçambique e a China.
"O relacionamento entre Moçambique e a China evoluiu para uma cooperação multifacetada... e este centro cultural que hoje inauguramos encurtará a distância entre a cultura dos dois países", disse Nyusi, elogiando o fato de o evento ocorrer durante a comemoração do 90º aniversário do primeiro presidente da República, Samora Machel, considerado um ícone na promoção da cultura e intercâmbio entre povos, visando consolidar a unidade nacional.
"Samora acreditava que devemos tornar a cultura um elemento de união e unidade nacionais e através da música e da dança", afirmou Graça Machel, viúva de Samora Machel.
O embaixador chinês em Moçambique, Wang Hejun, enfatizou o papel do governo chinês no continente africano no âmbito do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC) e exaltou que a inauguração do centro marca o 10º aniversário da Iniciativa do Cinturão e Rota.
"O centro fornecerá um local e oportunidades para explorar o potencial e as trocas entre a China e Moçambique, além de fortalecer a cooperação no contexto do FOCAC", ressaltou Wang, pedindo o aprofundamento das relações de cooperação bilateral entre os dois países.
O setor privado moçambicano, representado pela Confederação das Associações Econômicas (CTA), vê este centro como um catalisador para a indústria cultural e criativa dinâmica em Moçambique, o que permitirá aos artistas moçambicanos ter um espaço multifuncional para exibir suas diversas obras.
"O centro sela o ponto mais alto da diplomacia cultural entre os povos moçambicano e chinês e constitui um marco histórico para a indústria criativa nacional", afirmou Moreira Chonguica, presidente do departamento de cultura da CTA.
Acadêmicos presentes na cerimônia de abertura concordaram que o centro representa uma oportunidade para aprofundar a pesquisa nas áreas culturais de Moçambique e China, de forma que cada país possa promover e exibir suas atividades culturais.