Mali: Ao menos 134 mortos em massacre com data coincidente a visita da ONU

Fonte: Diário do Povo Online    25.03.2019 11h19

Pelo menos 134 pastores Fulani foram mortos por atiradores no centro de Mali este sábado, segundo o prefeito local. Este é o ataque com maior número de mortos dos últimos tempos numa região que sofre com a violência étnica e jihadista.

Os ataques às aldeias de Ogossagou e Welingara ocorreram no mesmo dia em que uma missão do Conselho de Segurança da ONU visitou Mali, com a finalidade de solucionar a violência que vitimou centenas de civis no ano passado e que se espalhou pela região do Sahel, na África Ocidental.

"Já contabilizamos 134 corpos recuperados pelos gendarmes", disse Moulaye Guindo, prefeito da cidade vizinha de Bankass, à Reuters, por telefone, de Ogossagou.

Ele afirma que outra aldeia Fulani nas proximidades, Welingara, foi atacada do mesmo modo, e que ainda não era possível precisar o número de mortes.

Algumas fontes afirmam que haviam mulheres grávidas, crianças e idosos entre as vítimas.

A missão da ONU em Mali, MINUSMA, publicou no Twitter que "condena veementemente tais ataques contra civis", e solicitou uma investigação por parte das autoridades malinesas.

As vítimas foram baleadas ou golpeadas até a morte com facões, segundo uma fonte. O distrito tem sido palco de frequentes altercações entre comunidades.

Um morador de uma vila, que pediu anonimato, afirmou que o ataque foi provavelmente uma retaliação a um ataque ocorrido na sexta-feira da semana passada, que matou 23 soldados, cuja responsabilidade foi reivindicada pela Al-Qaeda.

O grupo disse que o ataque surge em resposta à violência do exército de Mali e dos milicianos contra os Fulani.

Grupos jihadistas ligados à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico do Iraque exploraram as rivalidades étnicas no Mali e nos seus vizinhos Burkina Faso e Níger para aumentar o recrutamento e ampliar as áreas do território ingovernável.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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