Bons sinais para o futuro das relações entre a China e o Brasil

Fonte: Diário do Povo Online    07.01.2019 11h04

Por José Medeiros da Silva

BEIJING, 7 de jan (Diário do Povo Online) - Já temos bons indicadores de que as relações entre a China e o Brasil continuarão a se aprofundar e a florescer durante o mandato do novo presidente do Brasil, iniciado neste primeiro de janeiro de 2019. Inclusive no plano pessoal, essa aproximação entre os presidentes Xi Jinping e Jair Messias Bolsonaro tende a surpreender positivamente, pois as relações entre os dois países, além de importante para ambos, já estão maduras o suficiente para avançarem de forma firme e consistente.

“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Essa frase bíblica tão repetida pelo presidente Jair Bolsonaro e citada em língua grega pelo novo chanceler do Brasil Ernesto Araújo durante o seu discurso de posse é uma boa fonte de reflexão para esse novo momentos das relações sino-brasileiras.

Aliás, o “buscar a verdade nos fatos” era uma das máximas preferidas do ex-líder Deng Xiaoping. Numa percepção menos abstrata, essas duas mensagens possuem em comum o elemento da procura do conhecimento. Essa procura pressupõe a necessidade do diálogo entre pessoas e ideias. Nesse caso mais específico, entre países e nações. E nessa perspectiva, alguns gestos relevantes, tanto por parte do presidente Xi Jinping quando do presidente Jair Bolsonaro, já foram dados.

Primeiro, merece destaque o encontro do dia 5 de novembro de 2018 entre o Bolsonaro, recém eleito, e o então embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang. O referido encontro contou também com a presença de Paulo Guedes, agora ministro da economia. Já como presidente, Bolsonaro recebeu também o Ji Bingxuan, vice-presidente do Comitê Permanente da Assembleia Popular Nacional, que foi ao Brasil como enviado especial do presidente Xi Jinping.

Conforme noticiou a agência Xinhua, foram transmitidos “os parabéns calorosos e bons votos do presidente Xi para Bolsonaro” e entregue uma carta assinada pelo presidente da China. Em resposta, Bolsonaro agradeceu e disse que a “perspectiva para a cooperação entre os dois países seguramente ficará melhor e melhor”.

Não menos relevantes, são as constantes declarações do atual vice-presidente, General Hamilton Mourão, sempre favoráveis ao aprofundamento das relações entre o Brasil e a China.

Esses são bons sinais e precisam ser interpretados de forma objetiva e na sua real dimensão. Desde o estabelecimento das relações diplomáticas em 1974, a parceria entre os dois países tem se fortalecido ano após ano. Esse sucesso não se deve a questões ideológicas, mas a uma convergência de interesses comuns e mutuamente benéficos para seus respectivos projetos de desenvolvimento. E pelos sinais aqui mencionados, essa perspectiva tende a predominar.

 

José Medeiros da Silva é doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo e professor na Universidade de Estudos Internacionais de Zhejiang, na China.  

(Web editor: Juliano Ma, editor)

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