FMI suspende programa de financiamento a Moçambique devido a corrupção

Fonte: Diário do Povo Online    25.05.2016 09h47

Christine Lagarde, a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional(FMI), concedeu uma entrevista recentemente ao programa Woman’s Hour da BBC. No decurso da entrevista, foi indagada relativamente aos procedimentos da instituição que preside face a casos de corrupção: “Quando iniciamos um programa em algum país, analisamos a presença de corrupção, analisámos de que forma as reformas podem influenciar o nível da corrupção. Quando nos deparamos com um país recetor de um programa do FMI, onde fundos da comunidade internacional estão envolvidos, que não esteja a respeitar a transparência financeira, encobrindo abertamente a corrupção, suspendemos o programa”.

Devido a este motivo, frisou Lagarde, foram recentemente suspensos os programas de apoio financeiro a Moçambique e à Ucrânia.

Segundo a diretora-geral do FMI, o Estado Moçambicano garantiu 1,4 milhões de dólares, que foram posteriormente ocultados das contas públicas, motivo que esteve detrás da decisão do FMI de suspender o pagamento da segunda parcela de um empréstimo àquele país.

Segundo avança o jornal Sapo24, esta acontecimento incitou também os EUA a rever o seu apoio a Moçambique.

O website oficial do FMI, num comunicado à imprensa do dia 23 de abril, refere que, após um encontro entre o Primeiro-ministro Carlos Agostinho do Rosário e Christine Lagarde, foi iniciada uma operação conjunta na qual participaram a vice-ministra das finanças de Moçambique, Isaltina Lucas, e a equipa do FMI presente no país. O resultado das investigações resultou num valor de 1 bilião de dólares de excesso acumulado de dívida externa, que não tinham sido comunicados ao FMI.

Num novo comunicado da instituição internacional, emitido a 19 de maio por Gerry Rice, diretor do departamento de comunicações do FMI, é constatado que o governo moçambicano reconheceu a existência de uma grande parcela de dívida omitida à instituição internacional, e que, de momento, estão a ser avaliadas “as implicações macroeconómicas desta omissão, sendo que uma missão deverá visitar Maputo em junho de 2016”. Rice confirma a existência anterior de um plano para duas visitas ao país, que entretanto foram canceladas devido aos acontecimentos relatados: “A missão que estava inicialmente planeada para abril e maio, que foi adiada devido à omissão de dívida, deverá ter lugar em junho”.

No comunicado Rice é também abordado relativamente à necessidade de aplicar um programa de resgate financeiro em Moçambique, pergunta à qual não deu uma resposta conclusiva.

Edição: Mauro Marques 

(Editor:Renato Lu,editor)

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