Huang Min-hui, presidente temporária do Kuomintang
Prometendo fazer uma revisão e reforma interna, o ex-partido na liderança de Taiwan, o Partido Nacionalista (Kuomintang/KMT), organizou um congresso extraordinário na segunda-feira onde Huang Min-hui foi a escolhida para presidir o partido, após a retirada de Eric Chu no sábado após a derrota nas eleições.
Huang, ex-vice-presidente do partido, irá temporariamente assumir as rédeas dos compromissos do KMT até ser eleito um novo líder, avançou o jornal Ta Kung Pao na segunda-feira.
Chu disse no encontro que, apenas através da introspeção profunda e de reformas será possível conseguir recuperar a confiança do eleitorado. Chu afirmou também esperar que o futuro líder do KMT tenha capacidade de promover as reformas necessárias, e que todos no partido unam esforços para lutar por um melhor futuro da ilha, do partido e do povo.
Chu e James Soong do Partido Primeiro o Povo (PPP) foram derrotados nas eleições de sábado passado. A candidata do Partido Progressista Democrático (PPD) venceu as eleições com 56.1% dos votos e irá assumir funções em maio.
Nas eleições legislativas, também organizadas no sábado, 68 dos 113 lugares parlamentares serão ocupados por membros do PPD, 35 pelo KMT e 5 pelo Partido Novo Poder. O PPP conseguiu 3 lugares, a Non-Partisan Solidarity Union 1, e 1 para um candidato independente.
Pouco tempo após Tsai ter conseguido a vitória nas eleições, tornando-a na primeira líder da ilha, Chu reconheceu o fracasso, dizendo num discurso na sede do KMT em Taipé que perder a liderança e a maioria legislativa foi um golpe sem precedentes para o partido.
“Esta é uma altura para perguntar o que devemos fazer no futuro”, disse. “Precisamos de cultivar talentos desde a raiz e deixar as nossas elites futuras e líderes entrar para o governo, entrar na legislação através de eleições locais. Esta é a única forma de avançar.”
O ex-porta-voz do KMT Yang Wei-chung, que se despediu no sábado antes dos resultados das eleições serem divulgados, apelou no facebook na segunda-feira para iniciar as reformas, primariamente reduzindo as barreiras para as eleições para a liderança do partido, permitindo mais e mais jovens participarem na competição.
Li Mi, investigador de Taiwan e vice-diretor do Instituto de Shanghai para Estudos de Relações Públicas, disse que os fatores por detrás da derrota do KMT incluem o declínio económico e a incapacidade do governo de lidar com ele, as disputas de poder e quezílias dentro do partido, e a incapacidade de recolher os votos das gerações mais novas.
“Mais de 7.2 milhões de pessoas em Taiwan têm entre 20 e 40 anos. Este grupo é grande o suficiente para mudar o mapa político”, disse. “O maior problema do KMT foi não se ter apercebido desta realidade”.
Edição: Mauro Marques