Vista de satélite da Yongshu Jiao nas ilhas Nansha
A China recusou um protesto do Vietname, relativamente ao facto de uma aeronave civil ter aterrado em uma das ilhas Nansha, alegando que a operação terá ocorrido em território soberano chinês.
A China deu aval ao teste para verificar se o novo aeródromo construído na ilha YongshuJiao cumpre os requisitos para a aviação civil, de acordo com as palavras de Hua Chunying, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, no sábado.
Hua terá proferido os comentários como resposta às objeções apresentadas pelo ministério dos negócios estrangeiros do Vietname.
A China detém “soberania indisputável” sobre as ilhas Nansha e não aceita as “acusações infundadas” do Vietname, disse Hua.
As relações entre os dois países “mantêm um ímpeto de desenvolvimento” e a China espera que o Vietname possa trabalhar no sentido de almejar um desenvolvimento “sustentável, saudável e estável” para as relações bilaterais, disse Hua.
Em 2014, a ilha YongshuJiao tornou-se na maior das ilhas Nansha, com uma área de quase um quilómetro quadrado, após os trabalhos de reclamação territorial da China num recife de coral, de acordo com os relatórios divulgados pela imprensa.
A China estabeleceu um observatório marítimo na YongshuJiao nos anos 80 para recolher dados hídricos e meteorológicos na região, encomendados pela Organização Cultural, Educacional e científica das Nações Unidas.
Ruan Zongze, o vice-presidente do Instituto de Estudos Internacionais da China disse: “O aeródromo na ilha irá ajudar a China a recolher mais dados para este tipo de investigação, assim como a operar com maior agilidade em missões de salvamento”.
Ruan acrescenta que países, onde se inclui o Vietname, têm vindo a “ocupar ilegalmente” as ilhas e recifes chineses nas ilhas Nansha, assim como a fazer trabalhos de construção nestas.
Han Feng, diretor do Instituto Nacional de Estratégia Internacional da Academia Chinesa de Ciências Sociais, disse que a China tem-se abstido de realizar projetos de construção de grande escala nas ilhas.
Isto terá acontecido devido à “postura consistente de Pequim de manter a segurança regional”. Como resultado, a China terá ficado para trás neste tipo de projetos comparada com as outras nações que ocupam as águas do mar do sul da China.
Zhou Fangyin, um especialista em política externa chinesa do Instituto de Estratégia Internacional de Guangdong, refere que a China não tem como meta a militarização das ilhas.
Contudo, “provocações repetidas” por parte dos EUA, tais como o envio de navios para o Mar do Sul da China, forçaram a China a assegurar-se da existência de instalações que permitam proteger as pessoas e estruturas nas ilhas.