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EUA e Europa devem fazer retrospectiva da raiz da crise dos refugiados

Fonte: Diário do Povo Online    07.09.2015 13h41

Por Tian Wenlin

A Europa está a passar pela maior crise de refugiados depois da Segunda Guerra Mundial. Segundo dados da Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR), mais de 2600 refugiados morreram no caminho de fuga para a Europa. Depois da publicação da foto que mostrou a morte de uma criança síria numa praia da Turquia, todo o mundo ficou chocado com a tragédia humanitária.

A maioria dos refugiados são oriundos da Líbia e Síria, entre outros países do Oeste da Ásia e Norte da África. A Líbia era o país com maior rendimento per capita em África, em que o povo usufruía de cuidados médicos gratuitos, educação gratuita e habitação gratuita. Por seu lado, a Síria estava estável e tranquila sob o regime de Bashar al-Assad. Por que motivo a população local caiu no inferno num tão curto espaço de tempo?

Aparentemente, o movimento da “Primavera Árabe” fragmentou esses países. A Líbia foi dividida após a derrubamento do regime de Muammar al-Gaddafi, com o desabrigo da população, enquanto a Síria caiu na guerra civil com a fuga dos 4 milhões de população para o exterior.

Para além disso, essa tragédia foi causada, parcialmente, pela minoria democrata nesses países, que pretendiam derrubar os governos autoritários, por outro lado, os Estados Unidos e alguns países europeus queriam aproveitar a oportunidade para “substituir os regimes”. Na Síria, as lutas aconteceram, aparentemente, entre o governo e as oposições. Na verdade, as lutas foram manobradas por forças exteriores. Antes da crise da Síria, o governo norte-americano já começara a financiar as facções opositoras e estabeleceu uma “equipe” na Síria para orientar os trabalhos da oposição.

O fato comprova a estupidez diplomática da hegemonia dos EUA e Europa, que não só provocaram uma enorme tragédia humanitária no pais, mas também se afetaram a si próprios. A agitação na Líbia faz com que a Europa perca uma grande fornecedora de combustível e que muitos refugiados do Norte da África procurem asilo na Europa. As interferências estrangeiras na Síria aumentaram o poder do grupo extremista “Estado Islâmico”, que constitui uma ameaça a cada dia maior para o mundo ocidental, que agora está a viver o caos da crise de refugiados. No dia 4 de setembro, o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que a onda de refugiados é uma “consequência óbvia” dos erros cometidos pelos países europeus na região.

É notável que as autoridades norte-americanas sempre considerem os “regimes democráticos” como valor universal e os promovam em todo o mundo. A crise de refugiados lembra que os países ocidentais devem fazer uma retrospectiva das suas políticas diplomáticas.

(O autor é o pesquisador do Instituto das Relações Internacionais Contemporâneas da China) 

(Editor:Renato Lu,editor)

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